Universidade Federal do Espírito Santo

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Informações Gerais
Disciplina:
GEOPENSAR- AGIR EM MEIO À DESTRUIÇÃO, (EVENTOS) EXTREMOS E R-EXISTÊNCIAS: OUTRAS LINHAS POSSÍVEIS ( PPGG7319 )
Unidade:
Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Geografia
Tipo:
Optativa
Período Ideal no Curso:
Sem período ideal
Nota Mínima para Aprovação:
6.00
Carga Horária:
60
Número de Créditos:
4

Objetivos
Bloco 1 (3 aulas). Críticas aos desenvolvimentos, crescimentos e a “transição energética” e reorientações recentes no neoliberalismo. Capitalismo financeirizado esverdeado. Outras perspectivas de “viver” em “outros mundos”.: -O Brasil se industrializou utilizando o combustível da Mata Atlântica -Os mitos do crescimento e do desenvolvimento econômico -Falácia da transição energética ou a passagem da energia do carbono para a mineração de metais. -Há outras perspectivas? Bloco 2 (4 aulas). Atraso da modernidade? Humano apartado da natureza e “produção social do espaço” destruidora e fomentadora de mudanças ambientais. “Meios físico, biológico e antrópico”?. Antropoceno? Capitaloceno? Outros “cenos”. -Os conceitos e as categorias da produção do espaço, da modernidade e da natureza -“Produção social do espaço”? “Natureza do Espaço”? -“Escalas”? “Redes”? “Multi, trans escalaridades”? -Território: adjetivar? ressignificar? substituir por outro conceito? -Conceitos isolados? Ambiente? Escalas, Lugar? Rede? Paisagem? -Zoneamento moderno urbano? zonas funcionais? zoneamento ecológico-econômico? Impacto ambiental -Capitaloceno ou antropoceno? Um debate sobre as relações das sociedades humanas e da natureza. -O planeta seria uma categoria humanista? Bloco 3 (4 aulas). “O que está por vir” ou quais porvires? Apocalipse? Catástrofe? Colapso? Riscos? Aceleracionismo? Geoengenharia? Enfim, um sem fim? Quais ecologias – quais geografias? -Apocalipse e catástrofes: culto ao fim é o outro lado (negativo) do aceleracionismo e da geoengenharia (que usam o fim como alimento do futuro?) -“Tecnossolucionismos”? “O jogo acabou”? Revolução? Esperança? Desespero? - A crise dos valores econômicos e a busca do transumanismo da Silicon Valley como modelo universal das bigtechs associados ao tecnofascismo. -“Desastre natural?”? (Im)previsível? “Vingança de Gaia”? -“Humanidade”? recurso natural? “inorgânicos, sem vida”? neoextrativismo?; variações de léxicos conceituais e “posições” Bloco 4 (5 aulas): Outros emaranhamentos conceituais são possíveis em a Terra. Desencaixotar do pensar-agir. -Giro ecoterritorial -O “Comum” não é um “bem comum” -Universal? Global? Local? Todos e tudo? -Zona crítica -Justiça ambiental, racismo ambiental, zona de sacrifício; ecoestresse, conflito ambiental, sofrimento ambiental -“Um outro mundo é possível” ou “Um mundo onde caibam muitos mundos”? “gêneros de vida” cruzam com “modos de vida” e “regiões de existência”?

Ementa
Análise crítica do crescimento e do desenvolvimento e da “transição energética” m bem como a definição de outras perspectivas de vida diante do antropoceno ou do capitaloceno. As degradações planetárias (Crise climática, colapso da biodiversidade, poluições químicas e físicas de todas as ordens) nos colocam num dilema face ao que está porvir. Assim pensa-se em "seguir com o problema" procurando construir uma gramática diferenciada para pensar-agir baseados numa Geofilosofia e uma Ecosofia que entrelace e desentrelace diferentes linhas inscritas em diferentes durações que promovem uma telescopagem dos tempos curtos da ação das sociedades humanas com os tempos longos da Terra. Face a exploração destruidora da natureza na modernidade pretende-se retomar a ideia de Terra-Gaia e dos diversos níveis de ação dos diferentes atores humanos e não-humanos.

Bibliografia
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Bibliografia Complementar
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