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A disciplina tem por objetivo o estudo histórico e historiográfico das dimensões políticas contidas nas relações socioculturais cotidianas, verificadas nos diversos espaços que se entrelaçam no interior da sociedade. Trata da genealogia e da anatomia do poder verificado na justaposição dos diversos níveis hierárquicos que configuram as relações sociais, compreendidas enquanto estratégias construtoras e normalizadoras dos micro-poderes contínuos e dispersos, incluindo as expressões do poder simbólico, poder invisível, capaz de produzir efeitos reais. A disciplina trata dos significados políticos das relações privadas, observadas no âmbito das relações sociais cotidianas, não só como processos reprodutores das expressões culturais e políticas dominantes, mas também como processos por meio dos quais se expressam as manifestações de resistência e as crises sociais inerentes à dinâmica da transição histórica. Trata, portanto, da identificação dos mecanismos de poder presentes nos espaços das relações familiares, de ensino-aprendizagem, de trabalho produtivo, de atividade lúdica e/ou entretenimento, de exercício das crenças religiosas, políticas e filosóficas, dentre tantas outras, não necessariamente vinculadas ao Estado considerado como unidade disciplinar centralizada e centralizadora. A disciplina trata assim não apenas das micro-relações de poder, como também das diversas formas de construção e expressão do imaginário político, incluindo a percepção, por parte do senso comum, de significados simbólicos contidos em noções e/ou conceitos como etnicidade, cidadania, democracia, identidade, pluralismo, tolerância, entre outros afins. Contempla, ainda, o significado das manifestações culturais coletivas, sua difusão por meios comunicativos os mais diversos e suas repercussões na formação das identidades e da cultura política. Em termos teóricos e metodológicos, a disciplina leva em consideração as intercessões interdisciplinares entre História, Antropologia, Sociologia aplicadas às dimensões políticas.

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