Universidade Federal do Espírito Santo

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Informações Gerais
Disciplina:
Biopolítica, necropolítica e feminicídio ( ECH14604 )
Unidade:
Departamento de Educação e Ciências Humanas
Tipo:
Optativa
Período Ideal no Curso:
Sem período ideal
Nota Mínima para Aprovação:
5.00
Carga Horária:
60
Número de Créditos:
4

Objetivos
 Compreender o debate e a problematização em torno das concepções de vida e forma-de-vida em Giorgio Agamben;   Compreender e debater os conceitos de biopoder e biopolítica, à luz de Michel Foucault e Giorgio Agamben;   Compreender o conceito e debate sobre necropolítica – à luz de Achille Mbembe - para problematização do fenômeno de feminicídio;   Compreender o processo de politização do corpo feminino, nos limites do conceito de vida nua, à luz de Giorgio Agamben;   Conhecer e compreender a construção moderna de corpo, gênero e sexualidade;   Compreender e reconhecer a importância dos movimentos de luta e combate à repressão e normatização das relações de gênero e sexualidade;

Ementa
A presente disciplina se propõe ao estudo e investigação das concepções de biopolítica e, fundamentalmente, de necropolítica para compreensão do feminicídio enquanto fenômeno social, com ênfase para o caso brasileiro. Entende-se aqui que tal violência possui uma genealogia européia, pautada nas construções e conceituações modernas de corpo, gênero e sexualidade a partir de um modelo binário e heteronormativo que determina as orientações e relações afetivas e sexuais, mas também, produtivas e políticas. Deste modo, reportar-se-á aos contextos coloniais para identificar e compreender os processos atuais de politização do corpo feminino que normatizam não somente tais vidas, mas também sua morte.

Bibliografia
AGAMBEN, G. Ce qui reste d’Auschwitz, L’archive et le témoin Homo Sacer III, Traduit de l’italien par Pierre Alferi, Paris : Editions Payot & Rivages, 2003 ;  AGAMBEN, G. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. Trad. Henrique Burigo, Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.  AGAMBEN, G. Estado de Exceção ; tradução de Iraci D. Poleti, São Paulo: Editora Boitempo, 2004.  FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador, BA: EDUFBA, 2008.  FORUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. (2018). Atlas da violência 2018. Brasília, DF: IPEA. Recuperado de http://www.forumseguranca.org.br/wpcontent/uploads/2018/06/FBSP_atlas_violencia_2108_Infografico.pdf  FOUCAULT, M. A história da sexualidade. Rio de Janeiro: Graal, 1997.  FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. Rio de Janeiro, RJ: F. Universitária, 2001.  FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.  FOUCAULT, M.. Em defesa da sociedade. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2005.  FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2008. MBEMBE, A. (2011). A universalidade de Frantz Fanon. Cidade do Cabo. Recuperado de http://www.buala.org/pt/da-fala/a-universalidade-de-frantz-fanon-deachillembembe  MBEMBE, A. Necropolítica. São Paulo, sp: n-1 edições, 2018.  TRAVERSO, E. L’histoire comme champ de bataille, Interpréter les violences du XXème siècle, Paris : La Découverte, 2012.  TRAVERSO, E. La violence nazie. Une généalogie européenne, Paris : La Fabrique, 2002.  TRAVERSO, E. Le Totalitarisme. Le XXème siècle en débat, textes réunis et présentés par E. Traverso, Paris : Editions Seuil, 2001.  TRAVERSO, E. À feu et à sang. La guerre civile européenne 1914-1945, Paris : Hachette, 2009.  TRAVERSO,E. O passado, modos de usar. Historia, Memoria e Politica, Tradução: Tiago Avo, Portugal: Unipop, 2012.

Bibliografia Complementar
BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. (Tradução Renato Aguiar) Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2003. CORRÊA, Mariza. Repensando a família patriarcal brasileira: notas para o estudo das formas de organização familiar no Brasil”. In: Colcha de Retalhos: Estudos sobre a família no Brasil. Campinas: Editora da universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, 1993.  LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pósestruturalista. Petrópolis: Vozes, 1997.  LOURO, Guacira Lopes(org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.  MBEMBE, A. As sociedades contemporâneas sonham com o apartheid, 2014.  MBEMBE, A. Sair da grande noite: Ensaio sobre a África descolonizada, 2014. Lisboa: Pedago.  MBEMBE, A. Políticas da inimizade. Lisboa: Antígona, 2017.  RAGO, Margareth. Epistemologia feminista, gênero e história IN: Pedro, Joana; Grossi, Miriam (orgs.)- MASCULINO, FEMININO, PLURAL. Florianópolis: Ed.Mulheres,1998  SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99. Jul./dez., 1995. 
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