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A disciplina tem por finalidade estudar as concepções de Estado, indivíduo e sociedade ao longo da História, analisando o pensamento dos principais teóricos cujas reflexões, oriundas quer da filosofia política, da teologia política ou da economia política, expressaram modos particulares de compreensão do exercício do poder e da relação Estado/sociedade em uma determinada época. Nesse sentido, a disciplina pode ser dividida em três grandes blocos de discussão, tendo o professor a opção de conjugar os assuntos de acordo com a sua área de interesse: I) Historicidade das idéias políticas e sociais legitimadoras da polis, do Império Universal e da realeza na Antigüidade e na Idade Média: a) a pólis e a atuação política do cidadão no Mundo Clássico (Platão, Aristóteles, Cícero); b) o conceito de Império e os fundamentos do poder imperial (Plutarco e Plínio); c) a teologia política helenística e cristã (Dión Crisóstomo, Eusébio de Cesaréia, Sinésio de Cirene); d) a polêmica poder temporal versus poder espiritual e a formação da teocracia pontifícia (Ambrósio, Agostinho, Tomás de Aquino e Marsílio de Pádua); II) Historicidade das idéias políticas e sociais legitimadoras do direito natural, da liberdade individual, do contrato social, do Estado de direito, da democracia representativa e da razão de Estado: a) Maquiavel e os princípios fundadores da política na Idade Moderna b) o Absolutismo (Jéan Bodin); c) as comunidades políticas ideais (Thomas More e Tomásio Campanella); d) o princípio da soberania (Thomas Hobbes); e) a defesa da tolerância (John Locke); f) a divisão dos poderes de governo (Montesquieu); g) o pensamento social iluminista (Jean-Jacques Rousseau); h) a crítica da democracia (Alexis de Tocqueville); i) sobre o poder moderador (Benjamin Constant); III) Historicidade das idéias legitimadoras da ordem política do Estado nacional influenciadas pelos princípios da economia política liberal clássica, inerentes ao capitalismo, bem como das idéias críticas e modificadoras: a) o liberalismo clássico (Adam Smith e J. Stuart Mill); b) os socialistas utópicos (Saint-Simon, Fourier, Owen); c) os socialistas revolucionários (Marx e Lênin); d) os socialistas reformistas e a social-democracia; e) do intervencionismo estatal ao totalitarismo (keynesianismo e nazi-fascismo); f) o neoliberalismo (Hayek e Friedmann); g) o anarquismo (Proudhon e Bakunin). Em termos de abordagem do conteúdo, sugere-se que a disciplina, ao tratar das correntes de pensamento e dos seus respectivos representantes, estabeleça correlações entre elas a partir de eixos comuns de discussão que podem ser extraídos da leitura das obras selecionadas, como por exemplo: a) a relação Estado, indivíduo e sociedade; b) a autonomização da ação política e suas distinções; c) o privado e o público; d) direito natural e contrato social; e) cidadania e sociedade civil; f) povo, pátria e nação; g) Estado, governo e poder político; h) legitimidade e legalidade; i) ideologia e utopia; j) liberdade e democracia; l) inclusão e exclusão social; m) as formas ideais de governo.

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